24 de dezembro de 2009

psycho therapy

Hoje à tarde estava no salão vendo todas aqueles mulheres se arrumando, fofoqueando e principalmente, notando.
É inevitável notar as pessoas... Não apenas elas notam-nos, como também nós notamo-as. E, ao usar essa prática, desencadeamos outra ação inevitável: as conclusões.
Concluimos que aquela pessoa tem cabelos ruins, que a outra mente visívelmente a idade, que outras tem mau gosto, etc, etc, etc.
Talvez por eu estar lendo livros que abordem muito temas um tanto quanto 'mediunicos', com personagens que leem pensamentos, que preveem o futuro, que enxergam a aura das pessoas e tudo mais, eu esteja ficando paranoica. E essa paranoia toda, devoto às leituras sobrenaturais dos últimos tempos.
O fato é, no salão de beleza, eu resolvi perceber as auras das pessoas, ou conter meus pensamentos, na esperança de que alguém ali naquele meio de mulheres, pudesse ter poderes e conseguisse ler as abobrinhas que se passavam em minha mente.
Tudo extremamente sem êxito.
Olhei para os lados e todos eram tão normais.
Não havia nada colorido em volta de seus corpos inertes, exceto ao fato de estarem com as línguas afiadíssimas para falar, contar, 'secretear'* coisas. Não percebi nenhum olhar direcionado à mim, que pudesse revelar que a dona daqueles olhos soubesse sobre minhas suposições mentais.
Sou realmente estranha. Testei todas aquelas pessoas sem que elas notassem meu esforço para extrair qualquer indício de 'mediunidade' alheia.
O legal mesmo, foi realizar todos esses processos sem que ninguém tomasse consciencia disso. E naquele momento, existiam apenas eu e meus pensamentos... Por mais banais que sejam, eles estavam me acompanhando. E desafiando.


" Psycho Therapy
That's what they wanna give me
Psycho Therapy Psycho Therapy Psycho Therapy
All they wanna give me "


*Se secretear não existia, acabo de inventar. Significa fazer segredos!

see ya ;@

2 comentários:

Anônimo disse...

Ótimo texto. Eu sei o que é sentir a frustração magnânima de se olhar em volta e não sentir nada além de que todas as pessoas estão encadeadas em seus gestos petrificados, esses que elas repetem a anos, sem saber por quê. A mediocridade alheia me incomoda, e eu sei que não deveria, rs. Testar as reações, testar as habilidade e até mesmo a sensibilidade das pessoas é uma arte. Talvez você se volte a isso, e eu só lhe recomendo um cuidado: não vicie, rs. Quando você está imerso na sua própria percepção, bebendo o mundo, a tendência é perpetuar-se no ato. E, como você deve ter percebido nessa experiência, acaba por afastá-la do contexto. Não que isso seja ruim. ;) Eu li a resposta do meu comentário. Voltei, como disse que iria, embora com algum 'atraso', rs. Até mais. :*

Jackie Fucker. disse...

É ótimo saber que tenha voltado. Ficou ainda mais animada pra escrever, sabendo que tenho alguém a quem escrever.
Não remeter, apenas escrever.

Espero que volte sempre, de fato.

E, testar as pessoas dentro delas mesmas, é até fácil demais. porém, frustrante. Pos sei que não consigo penetrar mentes, tampouco fazer uma comunicação paranormal.
Mas é bom ser compreendida. Não são apenas os sobrenaturais que o podem.
Pessoas com pontos de vista semelhantes também podem provar de certa mediunidade.

Meus ultimos dias são a prova de que eu não sei desistir. Ainda tento provar e testar as pessoas.

Desculpe-me pela fraqueza, mas realmente acho que viciei.
A sedução da mente alheia me dá muita vontade de saber o que se passa além de mim. Além dos cabelos e da pele. Além.
:*
Mais uma vez, obrigada por retornar. Espero-te mais vezes.