
Provei o gosto da derrota auto-suficiente. Sempre acreditei, e realmente achava que fosse possível, que as coisas ao meu redor funcionassem mais ou menos de acordo com o que eu queria; de acordo com o meu, tão insano e ardente, desejo.
Talvez eu tenha aprendido que esse, inútil, desejo não sirva pra nada, nada além de alimentar minha própria utopia.
Ou então, eu não tenha aprendido. Pois sei o quão difícil é essa tarefa - aprender -, isso requer um tempo maior, ou talvez eu não tenha ligado os 16 anos que se passaram até aqui. Os 16 anos que eu levei para aprender que, independentemente de mim, o mundo pode-se governar sozinho.
O mundo e as pessoas, os fenômenos e as platonices. Tudo, apenas tudo, pode seguir em frente sem mim, e sem o meu desejo.
O pior de tudo, talvez não seja a minha fraqueza diante de tanta imensidão, e sim, a decepção que ainda existe, por saber que nada sou enquanto o mundo vive.
Não é difícil saber que eu nada possa mover, frente ao resto de tanta informação, tantas pessoas e tantos quilômetros de distância entre tudo que quero, e tudo que existe.
Essa distância também significa mais do que apenas metros insuficientes até meu real desejo; ela significa a verdade pra mim.
Toda minha antiguíssima verdade!
E aprender com o tempo, faz o maior bem.
Resta-me aprender a esperar. Ou reaprendê-la.
Já provei o gosto da espera, sei cada detalhe e cada minúscia que me espera a partir daqui... -nada impossível, porém totalmente agonizante, nostálgico e repetitivo (tão igual)
Minha virtude (ou não) em conseguir omitir às pessoas certas verdades, me fez uma pessoa inutilmente misteriosa, nada comparada à um mistério clichê, tampouco simples. Mas um mistério normal, e nada misterioso.
Essa característica envolta à mim, é, certamente, uma das maneiras que encontro pra esconder minhas verdades.
Não é feita de más intenções, mas sim, trata-se de proteção.
A forma que achei de proteger o que não quero expor ao mundo. E esse é um dos únicos desejos que ainda posso controlar.
Talvez os outros imaginem (e eu imagino que imaginem mesmo), mas continuo contando sempre a minha melhor mentira, e escondendo - talvez sem êxito - o melhor de minha 'essência'. Minha mais antiga vida.
Há, porém, um único segredo que guardo de tudo, todos, e às vezes, confesso, até de mim mesma.
Algo lindamente meu. Minha absoluta e antiguíssima verdade.
Minha secreta sina, mais bem elaborada mentira /direcionada aos outros, e meu mais verdadeiro ardente desejo. Mais inocente, malicioso e significativo ser que me governa.
Um motivo certo, para que as lágrimas caiam, simultâneamente, sem esforço e sem medo algum.
E é possível, sim, verterem dois (ou até mais) verdadeiros amores de uma única e imprevisível fonte.
Essa mentira que jamais irei admitir, eu guardo com tanto amor e segurança, #pormedo.
Sei apenas que lamento sua ausência e sua recente nova partida. Esperarei até que novembro acabe.
E esconderei meu segredo mentiroso até ter coragem de enfrentar, com absoluta sinceridade e admitir-me diante da grandeza de toda essa teia.
Ou então continuarei mentindo sobre minha verdade, nada mais normal, nada cruel ou calejador.
Ação esperada quando referindo-se à mim...
Despindo-me de toda a verdade, e, mesmo assim, não estarei mentindo.
baby, you're out of time.
Um comentário:
Um layout novo para a Manu. Eba!!!
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