A resposta à minha própria retórica é, sem dúvida, que sim.
Estive andando por aí, e dessa vez em dias sem chuva. Andei nas alturas, ou sob um salto bem alto, andei mais alta do que muitos. Tal superioridade talvez escondesse meu desapontamento.
Estive pensando nos meus amigos. Amigos velhos, amigos do tempo.
Ao andar nas alturas fraguei-me de coisas que, talvez, já tivesse percebido antes. Porém em nenhuma das vezes me tocou tanto essa redescoberta.
Sempre que saio lembro, logo, sempre que lembro, é de praxe, sinto saudades.
Grande parte de minha existência se deve aos meus amigos. E eu devoto realmente, um enorme amor por cada um deles.
Talvez seja esse, um amor obsessivo, um tanto compulsivo e doentio. Pois tenho absoluta adoração por cada um dos meus fiéis (ou não) amigos.
Como já postei anteriormente, alguns desses amigos não sabem o quanto os amo. O quanto preciso deles para me sentir bem.
Alguns amigos não fazem ideia do quanto são importantes pra mim. Essa condição também se aplica à mim (ou não). Quem sabe alguém no mundo me considere uma grande amiga, e eu nem mesmo sei desse sentimento tão sincero que esse alguém dispunha à mim.
Ou então nada disso exista, e mais uma vez cometo erros.
Eu condiociono todo meu amor à quem creio que mereça tal trofeu.
Não que meu amor seja um prêmio, mas à mim, creio que seja importante.
O caso em questão mesmo, é o sentimento que passeou em mim durante o sábado à noite.
Me vi perdida no meio de tantos amigos. Tantos NOVOS amigos.
Nada comparado aos meus grandes e velhos.
Conversei e joguei conversa fora.
Ri e dei muita risada.
Mas nunca, nada substituiria o que já vivi, e nada reporia a falta que meus velhos amigos fazem.
Certas amizades deixam marcas, tais marcas nada no mundo poderia alterar, tampouco apagar.
Há algumas noites senti uma enorme e real falta de tudo isso.
Senti que ali, quem estava era, realmente, eu. Porém haviam pedaços meus espalhados em cantos diversos. Em pessoas diversas. E minha face não estava completa.
Faltavam esses tais pedaços, que o vento ou os quilômetros levaram.
Que fatores mil nos fizeram distanciar.
Distância, porém, não é sinal de desapego.
Nem mesmo o tempo irá sinalizar ou oficializar essa arte.
A amizade que tenho, guardo.
A amizade que tive, guardo.
A amizade apenas, eu guardo.
Não foi preciso muito para que meus novos amigos notassem a nostalgia que tomou conta dos meus olhos naquelas noites.
Ela apenas aparecia no meu rosto, e nada mais.
E realmente foi bom relembrar, ou ao menos, lembrar novamente.
(o que pra mim, há uma grande diferença)
Tem pessoas que lembro a todo instante, tem pessoas que sinto falta.
Tem pessoas que lembro e sinto falta.
E existem ainda, as pessoas que eu relembro, o que significa um tal esquecimento. Não totalmente esquecido, talvez um calmo e remoto esquecimento.
Mas, o que seria do esquecimento, ou da lembrança sem, a lembrança, e o esquecimento respectivamente?
E, com valor questionável também vale explanar, o que seríamos apenas de nós, conosco?
O que seríamos de nós sem nossos outros fiéis e amados, amigos?
Amizade é um selo de eternidade.
Acredito que tudo oque cultivei, por mais que tenha relembrado ou lembrado, é um pacto incorrigível.
Amizades jamais voltarão e pactos, esses jamais nos darão a chance de voltar atrás.
Pactos são dívidas que jamais irão ser quitadas.
E confesso, prefiro mil vezes me afundar nessas dívidas, do que estar com o nome limpo nesses aspectos.
Sendo assim, quanto maior minha dívida, maior será meu grupo de amigos.
Pacto é irreversível, logo, a amizade também.

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