
Ainda não se passou um mês após eu ter comentado aquilo. Isso significa que, em vida, eu sempre demonstrei o quanto amo essas pessoas, e hoje, ao receber a notícia de que uma delas está encima de uma cama de hospital, num estado não muito bom, me peguei pensando, e entendendo o porquê de tanto medo de perder as pessoas que amo... E o porquê que, ultimamente, eu tenho pensado tanto nisso.
Já faz algum (pouco) tempo que minha família perdeu um membro, uma parte dela ainda está abalada e, por mais longe que estejamos, ainda temos o mesmo sangue e sim, sentimos a falta desse ente que sempre foi querido. Falta essa que jamais será suprida por ninguém, ou que talvez um dia, seja acariciada pelas nuvens do céu, que mais parecem algodões em forma de sonhos, onde, acreditei por muito tempo, que os mortos viveriam após seu fatal óbito.
Peguei meus pensamentos inúmeras vezes, nesse último mês, vagando pelos corredores da morte. Fato absolutamente inevitável, tão triste mas de certa forma, reconfortante.
Sinto que não tenho a maturidade suficiente pra viver sem as pessoas que amo. Ainda não é hora de meus braços segurarem, com uma força que nem mesmo tenho, os pilares que irão, um dia, cair e jamais voltarão a segurar essas paredes.
As paredes irão revestir-se de lágrimas e irão pender para os lados. Sem aquele pilar, as paredes podem cair. Ou permanecerem intactas, seguindo suas monótonas vidas de simples 'paredes'.
Os meus pensamentos chegaram a me assustar quando me peguei pensando em perder as pessoas que vejo todos os dias. Ou aquelas que não vejo. Mas que irão fazer a maior das faltas dentro de mim. Cada pedaço é parte de um conjunto. Conjunto que jamais deveria se desfazer. Difícil mesmo é evitar que se desfaça... :/
Eu gostaria mesmo de sentar num banquinho e tomar um chimarrão com essas pessoas, gostaria de abraçar mais uma vez aquele velhinho gordinho que me amassava e me chamava de 'Malu', com tanto carinho, amor, e com os mesmos olhos de meu outro avô, já que eram gêmeos, pra mim, eram parte de um todo. Todo esse, que hoje se encontra pela metade. Queria poder conhecer o pai desse todo, que minha mãe tem absoluta adoração, fanatismo... e que eu não tive oportunidade de conhecer.
Queria poder ser uma neta praquela mulher que me teve nos braços, e poucas lembranças tenho dela ainda junto à mim.
Queria poder sorrir ao ver aquele primo que nunca vi triste.
Talvez não haja nenhum consolo pra encarar certos momentos.
Mas oque devo fazer agora, é zelar pela saúde de cada um desses que ainda vivem aqui. Ao meu lado.
Irei preservar cada mente, cada corpo, cada fio de cabelo de cada um dos meus.
Quero portanto, guardar o máximo das pessoas que ainda estão comigo.
Quero poder cuidar, servir. Quero ser uma pessoa melhor, e tomar como exemplo esses que tanto amo, e cujo amor se encontra inexplicável.
Vózinha, seja forte e não deixe que essas paredes chorem pela sua queda, mas se alegrem em vê-la firme, forte e intacta, ainda por muitas décadas.
Quero que veja seus netos formando-se, quero comemorar os 60 anos de união com meu amado avô, e quero ainda poder ajudá-la muito.
Quero poder sair e ver o anel de 15, quero agilizar todas as coisas que deixamos pra trás. Quero enfim, viver tudo aquilo que deixei esquecido, pois o convívio diário, nos torna tão aconchegados e relaxados em relação à nós mesmos.
Vou fazer tudo que ainda não fizemos, apenas por medo.
Medo de perder oque nunca pude viver.
Apenas medo de perder.
Quero amar, respeitar e ser fiel. Até que a morte nos separe.
2 comentários:
Eu chorei =(
de nada pelo layout
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