17 de novembro de 2010

Inércia

Encontrei a resposta em minha mente.

Há dias não sabia sobre o que escrever, sobre o que sonhar. Então compreendi, e, no fundo, eu já sabia a resposta à minha própria retórica.
Transformei meus pensamentos em algumas palavras. Minha inspiração vem da solidão, sempre veio. Mas não ando assim tão só. Vivo cheia de gente, cheia de amor, vivo cheia de relação. Logo, meu eu-lírico foi morrendo, ficando tão pobre quanto meu vocabulário.
Recordo-me das noites em que não dormia, meu sono era pouco, e minha fome era colossal. Eu lia a noite inteira, preferia os livros. Fossem quais fossem, apenas deveriam conter algumas páginas cheias de letrinhas. Chamem-me de aculturada. Estanquei minha hemorragia, os pensamentos e os sonhos saíam e andavam pelo ar, me induziam à escrever. E essa gana toda desapareceu.
Aculturada.

Lê-se: Vergonha do meu ente consciente.

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