16 de setembro de 2010

Ando insatisfeita. É, insatisfeita com os programas que não posso usar.
Com a minha limitação frente à um mundo numéricamente gigantesco em relação ao que, sempre achei, que eu fizesse de melhor.
Eu não sou uma pessoa má. Eu, realmente, não sou má. O sistema me fez contar algumas fofocas durante a aula, ou me fez rir da individualidade alheia. E eu me arrependo.
Meus pecados não são graves. E o padre me disse que aquilo que eu fiz não era errado, era algo além da compreensão humana.
Eu me culpei, mas a culpa foge quando percebo que as pessoas acontecem.
É, elas acontecem à todo instante. Os fatos sabem que eu não tive nada a ver com aquilo, eu nada poderia ter feito, e minha impossibilidade se comprova todas as noites.
É inevitável.
Relembro, como se fosse agora, o meu espírito de prepotência. Minhas mão atadas como se o que estivesse acontecendo fosse a coisa mais normal do mundo. E é.
Uma lei incorrigível, irremediável.
Eu fiz a minha parte. Te amei todos os dias.
Continuarei te amando, e me culpando por nada ter feito ao vê-lo ir embora. Eu me culpo sim.
E essas lágrimas que aqui caem nada fazem, nada lavam.
Apenas confortam, por uns instantes, a minha insatisfação. E eu sei, que quando eu me deitar para descansar, esta noite, a tua imagem voltará, e o pranto, e a saudade. E tudo retornará ao escuro, ao breu da profunda dor.
Da imensa saudade, e da insatisfação.

Me desculpa. Eu te amo.

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