7 de julho de 2010

imperceptível.

Um dia me disseram que o amor é a razão da vida. Pois creio que a razão do amor, é a vida.
Vivemos em frequente distorção de sensações, ora temos absolutas paixões, ora ódios ferventes. A necessidade de agarrar-se aos propósitos, faz-se vício ao instante em que descobrimos que sentir é bom.
O prazer em realizar nossos prazeres chama-se apego. E a falta dele torna nossas vidas paralelas entre a realidade tão racional e a gana de poder-se conjugar o abstrato.
Melhor ainda é dividir as proporções de sentimento com terceiras pessoas. Essas que rodeiam nosso ego e fazem coloridos os nossos dias.
Fazem colorida também a nossa tristeza, e veêm clarões onde existe somente a profunda sensação de perda, de inexistencia. De impossibilidade.
Talvez eu esteja errada sobre tudo, mas vejo o mundo por esses olhos pessimistas, onde os sentimentos ocupam grande parte de tudo, porém são inúteis, pesos vazios.
E a razão da vida não se limita. A razão da vida são as pessoas, o concreto; os muros e as carnes. A razão não se adquire por sensações, e sim por vivenciação, conhecimento e, principalmente, pelo tato.
Viver significa conhecer, pegar. Apalpar o destino, que escorre rapidamente por entre os dedos. E o tempo?
O tempo correu e o que restaram foram apenas os resquícios de que a vida passou, realmente, pelo vão de nossos dedos.

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