Pode não ser o melhor, pode não conter a melhor trilha sonora, ou contar com o melhor elenco de atores, mas, de uma maneira sobrenatural, o seu enredo me faz parar sempre nas mesmas frases.
Ensinamentos, talvez, que pra mim, fazem o maior sentido.
Recriei na minha vida, uma das cenas do filme. ( o que pode parecer loucura, mas faz todo o sentido)
Embaixo daquela ducha 'torrencial', reproduzi os movimentos e talvez a mesma sensação que teria, se aquele momento fosse meu.
Talvez minha vida tenha algum sentido, se eu conseguir trazer pra ela, aquelas três perguntas, e suas respectivas respostas.
Alguns filmes tem uma facilidade enorme pra passar mensagens, mensagens úteis pra mim.
E olha que eu não sou o tipo de pessoa volúvel, ou submissa à qualquer história ou ensinamento.
A sensação que tenho, toda vez que me deparo com esse tipo de filme, é de que há sempre algo errado, ou algo que eu ainda não sei, mistério ou falta de conhecimento, talvez.
Mas, a geração desses sentimentos, se renova. E essa 'renovação' se dá, a partir do momento em que resolvo abrir mão do que sei, pra conhecer ou apenas experimentar o que alguém, voluntária e anonimamente, me ensinou.
Isso tudo me parece vil, à par de toda a minha personalidade, que julgo ser uma personalidade forte e que rejeita ou não aceita, em muitas vezes, a opinião dos outros, e não se sente bem ao ser obrigada a ouvir o que não lhe é importante.
São pequenos e tão pobres, os meus atos, quando não tem nenhum fundamento por trás.
Aquela água que caía lá fora, e aqui dentro. Cada barulho e cada estalar de pingos caindo ao chão. A suavidade do toque, da mão na água, e da água na mão. O cheiro sem nenhum cheiro e a falta de visão.
A consequência maior foi sentir tudo que consegui, ao mesmo tempo, e sem ver nada.
Tentei explorar a maior parte da minha mente, pra poder perceber todas as coisas que aconteciam à minha volta.
De olhos fechados eu consegui ver cada contorno daquele banheiro, eu consegui pegar os objetos à minha volta, sem errar as mãos.
Consegui saber ao certo onde a água caía. E eu soube localizar tudo.
Soube também, esvaziar toda a minha mente, soube distrair o acúmulo de vida, e consegui, com um êxito esplêndido, transformar tudo em minha volta, em apenas um momento, uma hora, e um lugar.
Realizei minha tarefa, e todos meus movimentos pareciam mecânicos. Mas quem ditava as regras daquele jogo, era quem deveria estar em estado ativo sempre.
Minha mente conseguiu reger tudo.
Ela conseguiu encaminhar a água, o sabonete, a luz e a dança de tudo isso, para que eu conseguisse, em seguida, realizar o meu banho. E somente ele.

Realmente não importava que lá fora a água estivesse caindo, ou que dentro do quarto ao lado meus pais estavam dormindo, e dentro do sono deles, haviam sonhos; não me preocupei com as festas que estaria perdendo, não me preocupei com a hora, nem com o quanto de água eu estava gastando, dentro daquele box, vestindo minha melhor máscara nua; apenas vivi aquele banho.
E se eu pudesse largar todos meus pensamentos e me importar apenas com o agora. Eu poderia reger toda a minha vida de uma maneira mais fácil, mais simbólica.
O melhor de tudo, é saber que eu consegui fazer o que o carinha do filme fazia.
Talvez eu não consiga subir no telhado em 2 segundos. Mas, com toda certeza, eu consegui ausentar todo o lixo mental, e viver apenas aquele pedaço de tempo.
Tomar banho nunca foi tão fácil e prazeroso, quanto ontem, durante minha madrugada insone e aprendiz.
Foi pra te inspirar a cantar na tônica certa e não desabafar, pra não poluir essa folha em branco!
yeah ;@
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